Normas

Da Paraíba para o mundo, com amor:

Todo o material publicado nesta página representa o ponto de vista parcial e preconceituoso de um indivíduo do século passado. Se você achar aqui afirmativas que lhe pareçam sexistas, xenófobas, racistas ou, de qualquer outra maneira, ofensivas a seus pontos de vista, pare de ler imediatamente. Ou prossiga, a seu próprio risco. Ou não.

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E aproveite que eu sou professor: se você achar que eu posso ajudar, mande um e-mail para mrteeth@ghersel.com.br

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Ídolo pop bom é ídolo pop morto (revisitado)

Morreu, que triste fim!
Morreu com o nariz fazendo assim:
Hum hum, hum hum, hum hum, hum, hum.
Dinho (
A mulher que o trem matou)

Quando o Sivuca morreu, os caras do "A torre de marfim" escreveram um post chamado "Sanfoneiro bom é sanfoneiro morto". Eu não consegui recuperar o post, acho que eles se arrapenderam e apagaram. Eu espero que eles gostem do Maicon Jegue, aquele ex-negro, ex-cantor, ex-dançarino, ex-ser-humano que morreu ontem. Acho que, se eles gostarem, o troco tá na medida, porque eu até hoje gosto muito do Sivuca.

Eu nunca gostei do Maicon Jegue. Sempre achei que ele fez sucesso demais, com uma música feia, chata, simplista, além de uma imagem exagerada, dos xiliques, dos escândalos. Abriu estrada pra outras chatices da música americana, como Madona, Britney s'Pinscher, Justin Timberland e etcéteras. E nós, gado, tendo que ouvir esses horrores. E saber das bebedeiras, das fudelanças e outras baixarias dessa turma. Então eu acho que o Maicon Jegue já foi tarde. Causou muito estrago por aqui, antes não tivesse começado. Acho que tem gente sem a qual o mundo seria melhor. Pelo menos ele não teria comprado os direitos sobre as músicas dos Beatles, esses sim, revolucionários que mudaram o rumo da humanidade pra melhor.

Sempre que eu faço uma correção eu coloco em letras pequenas. Hoje coloco em letras grandes e de outra cor, porque eu acho que cometi uma tremenda injustiça com os amigos do A torre de marfim. O Matamoros escreveu, educadíssimo (vide comentários), que eles não fizeram o tal post sobre o Sivuca que eu alego que eles haviam feito, e eu concordo com ele: eu devo ter sonhado com isso. Pesquisei o quanto pude no Santo Google e não encontrei nada sobre o tema, então eu acho que fiz calúnia. Mea culpa, me perdoem, rapazes, eu os admiro muito e não deveria ter sido leviano a ponto de afirmar que vocês escreveram algo que eu não pude comprovar. Mas continuo não gostando do Maicon Jegue, hehehehe.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Uma reforma corajosa

Eight simple rules

Não entendi o enredo desse samba, amor
Já desfilei na passarela do seu coração
Jorge Aragão (Enredo do meu samba)

Eu considero a reforma ortográfica brasileira inútil, inoportuna e, principalmente, covarde. Tá, até que está mesmo na hora de dar uma reformada na forma de se escrever o português do Brasil, tão parecido e tão diferente do de Portugal, mas fazer isso da forma atrapalhada e ridiculamente ineficaz como foi feito, sem uma consulta popular, por um bando de velhos caquéticos, desinformados, beletristas, caducos e sem ter o que fazer, é sacanagem!

Então, eu, Mr. Teeth, vou propor uma reforma corajosa, que extirpe o que o português tem de pior, tornando-o uma língua razoável, pelo menos para se escrever. Acompanhe:

1. Removem-se TODOS os acentos e demais sinais diacríticos. Eles são completamente desnecessários. Em inglês não há. Em hebraico e árabe não há sequer vogais.

2. Acabam as consoantes dobradas. "SS" e "RR" não serão mais necessários, pois todos os sons de "S" como em massa, isso e nossa serão grafados com um só 's'. Todos os sons de 'rr' podem ser escritos com a letra 'h', que não tem grande utilidade hoje. Então, ao invés de 'carro' você passa a escrever 'caho', ao invés de 'roda', escreveria 'hoda' e assim por diante.

3. Pelo mesmo motivo do ítem 2, desaparece o "ç". Veja só que facilidade para se escrever 'masa' ao invés de 'massa', 'eu meso' ao invés de 'eu meço', 'casa' ao invés de 'caça'. Alguma confusão é esperada, como no caso da maçã, mas hoje nós temos a manga* e ninguém reclama. Então, se eu quiser escrever que "este carro é caro", fica assim: 'este caho e caro'. Pronto.

4. Some o "ch". Todas as palavras com o som de 'ch' serão grafadas com 'x', como no 'xou da xuxa'. Simples e objetivo. E o 'x' só terá som de 'x' mesmo, nada de escrever 'exato', porque o som do 'x' aí é 'z', então escrevemos com 'z', e fica 'ezato'. Casa também vira 'caza' e misantropo vira 'mizantropo'.

5. A letra 'c' terá sempre o som de 'k', mesmo quando preceder as vogais 'e' e 'i'. Ciso vira 'sizo', centavo torna-se 'sentavo'. Então o conjunto 'qu' também se torna obsoleto, e você poderá escrever: "o ce acontesera..."

6. Os dígrafos 'lh' e 'nh' continuariam existindo, eu não consegui pensar em algo melhor. Mas eu acho que seriam os únicos. Até porque são sons que não têm outra forma de ser grafados. Todos os outros dígrafos serão abolidos, como 'ch', 'rr', 'ss', 'qu' e o que mais vier.

7. Aliás, porque é que o 'g' precisa de um 'u' para ter som de 'gue'? Porque é que nós não escrevemos 'je' e 'ge'? São sons diferentes, grafados diferentemente, então, a palavra gente vira 'jente' e gueixa vira 'geixa'. Gueto transforma-se em 'geto' e ginete em 'jinete' (procure isso no dicionário, se você não sabe o que é).

8. Finalmente, abolir as separações de palavras compostas. Todas. Pré-venda, pós-graduação, anti-bomba, essas coisinhas bestas, pode emendar tudo. Fica prevenda, posgraduasao, antibomba. E, acima de tudo, só um jeito de escrever porque. Porque nós temos que escrever isso de três formas diferentes? É ridículo, ter que saber onde separa e onde é junto, se tem acento ou não, se tem hífen ou não... simplifiquemos, o porque só tem uma forma de se escrever.

Tenho dito! Se você tiver alguma sugestão, crítica ou, de alguma forma, discordar disso, pode argumentar, desde que seja civilizadamente. Eu posso publicar aqui o seu argumento.

* Aqui no nordeste eu aprendi que a palavra 'manga' tem 3 significados: parte de uma peça de vestuário, fruta e troça. Esta última é bem regional: "Tá mangando de mim, home?"