Normas

Da Paraíba para o mundo, com amor:

Todo o material publicado nesta página representa o ponto de vista parcial e preconceituoso de um indivíduo do século passado. Se você achar aqui afirmativas que lhe pareçam sexistas, xenófobas, racistas ou, de qualquer outra maneira, ofensivas a seus pontos de vista, pare de ler imediatamente. Ou prossiga, a seu próprio risco. Ou não.

Use antes de agitar: leia as normas do blog e lembre-se: comentários são moderados. Anônimos não serão publicados.

E aproveite que eu sou professor: se você achar que eu posso ajudar, mande um e-mail para mrteeth@ghersel.com.br

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Uma breve reflexão sobre as eleições que se aproximam

Agora sei
Desfilei sob aplausos da ilusão
Jorge Aragão (Enredo do meu samba)

Com a proximidade das eleições para prefeitos e vereadores, me sinto na obrigação de pensar um pouco mais sobre o assunto. Agora eu moro no nordeste, aqui as pessoas são um pouco mais politizadas do que lá no centro-oeste, mas nem por isso menos desinformadas, senão vejamos:

Aqui tem um candidato que eu ainda não gravei o nome, mas já conseguiu me irritar, com um caminhão tocando, a todo volume, uma marchinha, animadíssima, que diz:

Eu voto, você vota
Sei que todo mundo vota
"... (o nome do cara, que eu não me lembro) ..." pra vereador.

Sabe, daquelas músicas irritantes, que grudam na cabeça da gente, e ainda é cantada por um fulano com voz fina e se torna ainda mais irritante por isso. Mas essa música me chamou a atenção, veja porque:

Primeiro, eu sou OBRIGADO a votar. Me sinto um bosta, porque não me rebelo realmente contra isso, fico só reclamando aqui neste blog obscuro e, no dia fatal, vou ao sacrifício, candidamente, como uma ovelha conformada. Reclamo, mas não faço nada a respeito. Não deixo de votar porque, afinal de contas, sou funcionário público, periga de não receber meu salário, de me cobrarem multa, de me esfolarem vivo e pendurarem meus genitais em praça pública.

Eu? Bosta!

Além disso, nós, eleitores compulsórios, não sabemos em quem votamos. Eu não sei, você também não sabe. Quando o Pelé falou que brasileiro não sabe votar, descascaram ele, mas é a mais pura verdade. Você acha que está votando em um camarada, mas na verdade, votou em um partido. Tem muito eleito por aí que nunca teve voto suficiente nem pra síndico de prédio de três andares. Mas está lá, decidindo sobre a nossa vida e ganhando dinheiro pra isso. O nosso dinheiro. Você nem faz idéia de quem você está elegendo quando aperta aqueles botões.

Você? Bosta!

E os senhores candidatos sabem muito bem disso, e se aproveitam disso. Quem votou no Enéas (impressionante que teve gente que fez essa sandice), elegeu a Havanir, que deu bafão no congresso. Quase ninguém votou na Havanir, mas ela foi eleita, porque ninguém sabia direito o que estava fazendo ao votar no Enéas. Cá pra nós, acho que seria melhor terem votado nela, logo de uma vez.

"Sei que todo mundo é bosta"

Então, o resumo da ópera é que nós vamos, de novo, votar em quem vimos e eleger quem não vimos. E a musiquinha poderia ficar assim:

Eu: bosta, você: bosta
Sei que todo mundo é bosta
Um bosta qualquer para vereador...

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Eu cobro o aparelho?

Quando a gente ama não pensa em dinheiro
Só se quer amar, se quer amar, se quer amar
Tim Maia (Não quero dinheiro)

Um post até meio antigo, sobre cobrar ou não a instalação do aparelho ortodôntico, tem rendido uma discussão legal. Dois leitores comentaram ultimamente, e eu vou tomar a liberdade de reproduzir aqui parte dos comentários deles e discutir um pouco. Para quem quiser ler o post completo e os comentários, é um dos 10 mitos da ortodontia, vá até lá.

Pois bem, o Stenio diz:

"Na minha opinão o termo cobrar aparelho ja é absurda! O que vc esta cobrando é o valor do tratamento ortodontico, que inclui o seu diagnostico, o seu planejamento e sua técnica, ou seja seu conhecimento."

Eu concordo totalmente. Foi exatamente isso o que eu quis dizer, nós não vendemos geladeiras, nós prestamos um serviço de saúde que pode, se mal feito, prejudicar o paciente de forma irreversível. Se eu me dediquei a vida toda para chegar onde estou, investi muito tempo, dinheiro e suor para me tornar um bom profissional, porque eu não posso cobrar por isso?

Outro leitor, que não assinou, escreveu embaixo:

"agora sei q quando for colocar aparelho com vc sei que vou pagar pelo aparelho da abizil r$39.90, pois vc e um dentista honesto e esse o valor maximo de uma boca, desde já agradeço e gostaria de saber o valor da manutenção, pois a troca de fios e borrachas não deve sair por mais de r$ 5.00"

Esse não concordou e foi meio sarcástico. Eu até acho que ele entendeu, mas resolveu usar o sarcasmo. Tudo bem, a única coisa que eu não tolero é a falta de educação. Ele foi sarcástico mas educado, então eu mandei um e-mail pra ele explicando mais ou menos isso aí que o Stenio escreveu, que o que a gente cobra não é o bracket, o fio ou o elástico, mas o nosso trabalho, anos de experiência, estudo e dedicação. Se você se submeter a uma cirurgia plástica, digamos uma rinoplastia, que chega a custar mais de cinco mil reais, não venha me dizer que o médico está cobrando o material que ele usou. O que é que ele cobra? Porque eu não posso cobrar pelo meu conhecimento, a minha habilidade, a minha experiência? Vá a um advogado, para que ele o defenda em uma causa. Ele cobra pelo seu serviço e ninguém reclama. Mas eu, ortodontista, tenho que trabalhar de graça?!?

Aí vem a questão: mas eu não trabalho de graça. Eu digo ao meu cliente que NÃO VOU COBRAR PELA INSTALAÇÃO DO APARELHO, mas é o meu trabalho, não é justo que eu não receba pelo meu trabalho. E eu tenho que pagar as contas da clínica, o salário da secretária, eu preciso sustentar a minha família...

Então eu cobro de outro jeito, eu diluo o valor nas manutenções. O que foi que eu fiz? Eu disse que não ia cobrar, não foi? E agora, doutor, você cobra ou não? E o que você diz ao seu paciente?

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Franquias 2 - atualizado

Não é novidade pra ninguém que eu sou radicalmente contra franquias, estratégias de marketing (brrrr...) e outros truques que alguns 'colegas' usam pra aumentar seus ganhos no consultório, ao invés de estudar e se aperfeiçoar.

Mas, pra ninguém dizer que eu sou 'inflexível' e não aceito opiniões diferentes da minha, aqui está o testemunho do Fernando, que não deixou e-mail (infelizmente), mas foi educado e escreveu de forma clara e concisa. Assim eu gosto de discutir, com pessoas que têm argumentos lógicos, como esse colega, que conta a sua história de sucesso com uma franquia. Quem me dera todas fossem assim, ele conseguiu uma façanha, espero que continue assim. Parabéns, Fernando, tomei a liberdade de publicar seu comentário aqui.


Olá Mr. Teeth, Acho válido seu comentário, mas vou dar meu testemunho.
Sou ortodontista, sai do meu curso de especialização, fiquei 4 anos no mercado, não conseguia dinheiro para pagar minhas contas básicas mensais.
Arrisquei o único dinheiro que tinha numa franquia odontológica, achava que o milagre era muito grande, mas me surpreendi.
Tive um treinamento excelente na área de gestão de um negócio, desde a parte da limpeza de uma clínica até o pós tratamento de um paciente. Hoje tenho um negócio, e não apenas um consultório nos moldes antigos. Tenho um faturamento bruto de mais de R$70.000,00 mensais, comando uma equipe muito bem treinada, numa clníca linda e de renome nacional. E nunca me imaginei numa posição dessas, pena que não descobri esse negócio antes.
Não estou aqui para fazer propaganda de nenhuma franqueadora, por isso não vou colocar o nome dela aqui, apenas escrevo para relatar minha experiência com esse novo formato de odontologia. E indico para os interessados, pois foi um negócio que mudou minha vida.
E ainda vou dizer mais, sabe aquele caso ortodôntico que vc fica inseguro na hora de planejar? Na rede que faço parte, não existe erro em plano de tratamento, temos uma rede grande de ortodontistas que se ajudam para resolver da melhor forma cada caso.