Normas

Da Paraíba para o mundo, com amor:

Todo o material publicado nesta página representa o ponto de vista parcial e preconceituoso de um indivíduo do século passado. Se você achar aqui afirmativas que lhe pareçam sexistas, xenófobas, racistas ou, de qualquer outra maneira, ofensivas a seus pontos de vista, pare de ler imediatamente. Ou prossiga, a seu próprio risco. Ou não.

Use antes de agitar: leia as normas do blog e lembre-se: comentários são moderados. Anônimos não serão publicados.

E aproveite que eu sou professor: se você achar que eu posso ajudar, mande um e-mail para mrteeth@ghersel.com.br

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Círculo vicioso

Agora já não é normal
O que dá de malandro regular, profissional
Chico Buarque (Homenagem ao malandro)

Já há algum tempo eu ando com uma idéia me martelando a cabeça: a de que a odontologia é uma profissão suicida. Sempre achei isso porque dentista insiste em prevenção. Ora, se a tal prevenção der certo, ninguém mais vai ter cáries, problemas periodontais, gengivites, essas coisas. Pronto, está decretado o fim da necessidade de ir ao dentista. Basta o cidadão cuidar bem dos seus dentes, cumprir direitinho as recomendações de milhares de “entendidos” no assunto - a professora da escola, o médico pediatra, sites na internet.

Pois bem, agora eu estou começando a ver que a história não é bem essa. Começo a perceber que a odontologia, que começou como uma especialidade da medicina (e é até hoje, na Europa) não é assim tão inocente. A odontologia se realimenta, os dentistas nunca vão deixar o seu ganha-pão sumir. A não ser pelos adeptos do marketing, os bons dentistas sempre terão de onde tirar uns caraminguás para sustentar a família. Porque eu digo isso? Porque cáries, doença periodontal, gengivite e outras mazelas bucais sempre existirão enquanto existirem dentistas.

Todos sabemos que algumas pessoas são, naturalmente, resistentes a essas doenças. Se não tratarmos os doentes, a seleção natural cuida de elimina-los e, os que sobram, são os resistentes. Ou seja, se todos os dentistas do mundo, de repente, desaparecerem, dentro de três ou quatro gerações TODAS as pessoas serão resistentes. Acabou-se a dor de dente, o sangramento gengival, o mau hálito. E com isso, acabou-se a tortura das agulhas, alta rotação, raspagens, cirurgia.

Então é assim: os dentistas tratam os doentes porque eles não têm resistência, terão filhos também susceptíveis que deverão ser tratados e o círculo continua indefinidamente, até que o último dentista desapareça e permita que a humanidade se livre desse fardo.

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Mais obrigações?!?

Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam um pais inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro
Cazuza (O tempo não pára)


Você sabia, cara-pálida?
Pois eu vou dizer: além de ser obrigado a pagar impostos escorchantes, servir exército, votar, se humilhar em tantos e tantos rituais idealizados por calhordas que não têm o que fazer na vida a não ser inventar humilhações para você, ainda há a obrigação de prestar esclarecimentos ao IBGE. Você consegue acreditar em tamanha canalhice?

Pois então veja só: se você se recusar a contar sua vida ao completo desconhecido que bate à sua porta, tem multa. Nesses tempos de paz e sossego, onde se pode confiar plenamente nas pessoas, tempos em que você pode ter absoluta certeza de que o rapaz que está pedindo as informações não é um bandido com uniforme e carteirinha falsificados, de que as informações que você prestar não serão copiadas de um computador mal protegido, de que tudo aquilo é só para o seu bem. Pois nesses tempos o nosso magnífico governo tem a cara-de-pau de editar uma lei nos obrigando a prestar esclarecimentos ao tal rapaz.

É verdade, hoje nós, cidadãos de bem, que tentamos viver de acordo com as normas de uma sociedade civilizada, só temos o direito de nos ferrar a toda hora. Na verdade, direito mesmo é pra bandido. Pra nós, ferro! Eu não quis receber o fulano, disse que não prestaria as informações e fui ameaçado: "Olha, tio (o feladaputa ainda me chamou de tio, vê se pode...), é obrigatório, se não falar eu volto aqui com a polícia". Eu quase ofereci o telefone pra ele chamar a polícia, mas desconfiei que, neste país de m*r*a (me desulpem, por mais boca-suja que eu seja, não tive coragem de escrever todas as letrinhas) eu ia acabar me ferrando. E ia mesmo.

Agora só me resta constituir advogado e pedir uma liminar que me permita não prestar os tais esclarecimentos. Tenho que inventar um motivo melhor do que achar que esse tal censo só vai servir para os políticos aumentarem mais os impostos...

Atualização (não escrevo mais 'update', uma vez que existe o termo em português, a língua que eu costumo falar em casa): A tal lei que nos obriga a receber e ficar de quatro pro recenceador não é do governo Pulha. É de 1968. Isso mesmo, é dos tempos áureos da ditadura militar, a mesma ditadura que mandou a polícia descer o cacete nas costas do hoje presidente Pulha, quando ele fazia piquete na porta da fábrica da Ford. O IBGÉca cita essa lei em sua página, com todo o orgulho. E o governo Pulha abraça alegremente o autoritarismo reacionário para nos obrigar a mais uma coisinha, não é uma graça?

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Os homens são uns imbecis

Mas quem sou eu nessa vida tão louca?
Mais um palhaço no teu carnaval
Tom Jobim (Tema de amor para Gabriela)

Sábado, 10 horas da manhã, solzão em dia sem núvens, beleza de manhã para tomar uma cerveja e jogar conversa fora. Minha filha me pede que a acompanhe em uma atividade da escola: medir, regar, adubar e fazer um relatório sobre uma das 450 árvores da flora nativa plantadas no Parque das Nações Indígenas, local que freqüento com certa assiduidade, para tomar água de coco. Fomos até o local (o danado do parque é grande, demanda bem uns 15 minutos de caminhada até chegar às tais árvores) e a cena era interessantíssima: todos os rapazes, com idades variando entre 15 e 17 anos, trabalhando bastante (menos dois espertos, que ficaram numa sombra tomando tereré e tocando violão), cavando trincheiras em torno das plantas para colocar adubo, carregando água e fazendo 'regra de três' para medir as árvores mais altas pela sombra que estas projetavam no chão.

As moças, em sua esmagadora maioria, arrumaram um marmanjo pra fazer o trabalho pesado. Espertinhas. Com 15, 16 anos, já sabem bem o poder que têm. É só pedir, com a dose certa de manha, que logo aparece um rapaz bem-intencionado (muitíssimo bem-intencionado, diga-se de passagem) para sujar as mãos. A minha filha, nessa, se saiu muito mal. Com o paizão do lado, teve que fazer, ela mesma, o serviço. Como era trabalho de escola, eu não ajudei, pois tenho por norma não fazer trabalho de escola para elas. Ajudo no que for possível, mas não faço.

Ela, que insistiu para que eu ficasse lá (eu queria ir embora e voltar depois, para buscá-la) ficou sem jeito de pedir, dengosa, ajuda de algum moçoilo; cavou o chão, mediu a planta, regou e foi embora comigo. Eu tirei uma foto com o celular.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Assuntos diversos

Tenho que me ver tristonho, tenho que me achar medonho
E apesar de um mal tamanho, alegrar meu coração
Gilberto Gil (Se eu quiser falar com Deus)

Renan e o Senado

Em Roma o Senado era a representação suprema do povo junto ao imperador. Os romanos inventaram o império democrático. Renan Caralheiros conseguiu esculhambar com tudo, como sói acontecer quando brasileiros desclassificados põe as mãos nas coisas. Brasileiros têm um talento inato e incomparável para esculhambar as coisas. Hoje eu vejo no noticiário que o Senado sangra com a falta de decoro de seu presidente e súplicas para que este deixe o cargo para que não prejudique ainda mais a imagem da casa. Primeiro: Caralheiros está se lixando para a imagem da casa ou dele próprio, o que ele quer é o seu dinheirinho contadinho no final do mês. Segundo: depois de tudo o que nós vimos por aí, será que é possível prejudicar inda mais a imagem dessa instituição?

Inverno/Inferno

Hoje começa o inverno, exatamente às 14:06. Campo Grande, no sublime Estado do Pantanal (vulgo Mato Grosso do Sul) promete temperatura de até 34º. Celsius! E umidade relativa de não mais que 20%. O saara é aqui.

Bacalhau

Pesquisa descobre que o óleo de fígado de bacalhau pode prevenir um monte de doenças, principalmente a depressão. Tá, a gente anda sabendo que as mulheres estão mais sujeitas a essa doença, então eu fico imaginando que os produtos anti-halitose estarão em alta nos próximos tempos, capito?

Energia, energia!

O sublime Estado do Pantanal tem a energia elétrica mais cara do Brasil. Capacidade geradora não nos falta, temos duas hidrelétricas nas fronteiras. Temos portugueses comprando concessões para distribuição da energia. Voltamos a ser colônia, pagamos o quinto e penamos com a sombra da inconfidência. Antes não tivéssemos conseguido a independência, talvez assim pudéssemos ser parte da Comunidade Européia.

Barato sai caro

Neste mês já é o terceiro caso que me aparece no consultório: o cliente foi fazer tratamento baratinho, saiu tudo errado e, depois de um tempão pagando manutenção e sofrendo com um aparelho mal instalado e com tratamento mal conduzido (quando havia algum tratamento), acabou tendo que começar tudo de novo. Pagando. Mas isso é que é economia porca. Infelizmente a falta de informação ainda é o maior problema quando se trata de Odontologia, principalmente da Ortodontia, onde a impressão de que as coisas são fáceis é totalmente enganosa.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Beicinho

Não é pior do que parece ser
Foda-se!
Titãs (Fazer o quê?)

Depois da no mínimo ridícula reação dos muçulmanos às caricaturas do profeta Maomé em uma obscura revista dinamarquesa - que, diga-se de passagem, se não tivessem feito aquele carnaval todo, ninguém teria notado - agora investe-se sobre o governo britânico por este ter condecorado o escritor Salman Rushdie. Mas, será possível que esse pessoal não aprende? Fazem beicinho por qualquer coisa, se acham melhores que os outros seres humanos, insistem em impor sua moral decadente e anacrônica ao resto do mundo... só posso classificá-los de ridículos.

O governo britânico, por sua vez, diz que "lamenta a ofensa causada", o que me deixou sem entender se eles lamentam que tenham ofendido os sensibilíssimos senhores (e aí passam atestado de covardes) ou se eles lamentam que os caras tenham se ofendido (ou seja, fodam-se, nós condecoramos quem quisermos, estamos em um país democrático e livre). Eu espero sinceramente que seja a segunda opção, assim eu o faria, na minha casa mando eu, dane-se quem achar ruim. Quando eu for na sua casa, se eu for, vou me comportar conforme as suas regras.

Me lembrou da academia de caratê. O Sansei não gostava que os atletas fossem à academia sem camisa, o que gerava sempre acaloradas discussões. Ora, Campo Grande faz um calor saárico, a academia era um galpão com teto de alumínio, janelas pequenas, a gente treinava uma hora e meia por dia, perdia muita água e, findo o treino, o pensamento era um só: tirar o quimono o mais rapidamente possível e sair dali com a menor quantidade de roupa possível. Mas o Sansei estava na porta do vestiário e não deixava ninguém sair sem camisa. Eu era o único que achava isso certo, afinal de contas a academia era uma extensão da casa dele, ele tinha todo o direito de não querer um bando de marmanjos sem camisa lá dentro, ainda que isso fosse uma grande bobagem na opinião de todos nós. Tá, eu acho que é bobagem, mas ele não. E é a casa dele, então eu respeito, como eu quero que respeitem a minha.

Assim, eu condecoro quem eu bem entender na minha casa, dane-se quem achar ruim. Se reclamar ainda leva um teco na orelha. E o Rushdie é persona non grata a todos aqueles senhores carrancudos de turbante preto, e só por isso ninguém pode gostar dele. Quem prestar uma homenagem a esse moço vai se ver mal! Mas isso é muita falta de respeito, os britânicos deviam era mandar esses velhos pra um lugar bem bonito, capito?

Update: Acabei de ler um ótimo artigo sobre a questão das charges, dos discursos do papa Chico Bento 15,5 e da situação em geral. Vale a pena, leia você também.

Notícia antiga

A todos João intimida
Faz coisas que até Deus duvida
Dorival Caymmi (João Valentão)

Agora os jornais descobriram que bandidos comuns* se passam por pacientes para assaltar consultórios de dentistas. Isso pra mim é notícia das mais antigas, a minha mulher já passou por um assalto desses, quando morávamos em Sampa, fazendo pós graduação e trabalhando em consultório arrendado. Foi só o susto, mas, que susto! Mas há muito tempo os canalhas descobriram que dentista fica vulnerável no consultório e, às vezes, tem até um dinheirinho.

Fato é que, desta vez, um policial militar reagiu e matou quase todos os assaltantes. Coisa boa! Podem me criticar, mas eu acho que bandido bom é bandido morto. Não é querer pena de morte, eu sei que isso não resolve o problema da criminalidade, mas um bandido morto não vive às minhas custas, tramando rebeliões na cadeia, extorquindo inocentes pelo celular e, finalmente, não volta às ruas para me assaltar de novo. É triste que os direitos humanos só valham para os criminosos, eu não tenho direito a nada. Só tenho o direito de ser assaltado, quietinho, e, se reagir, morrer. Amém!

Pois eu achei muito bom que esses tenham morrido. Pra mim esse policial deveria receber um prêmio: ser transferido para o Chile, que lá é um país civilizado.

* Eu chamo de bandidos comuns àqueles que nos assaltam com revólveres e facas. Existem outros, muito mais perigosos, que nos assaltam com canetas, desses eu nunca consegui me defender, nem mesmo andando armado. Esses, mais do que os comuns, eu gostaria de ver mortos. E ai, Renan, vai um lobby aí?

terça-feira, 12 de junho de 2007

Eu roubei uma torta

Dona raposa só vive na mardade
Me faça a caridade, se vire e dê no pé
Raul Seixas (Capim guiné)

O filme é "Homens de honra". Depois de passar o dia todo sob um sol escaldante junto ao portão do quartel onde fora se apresentar, Carl Brashear (Cuba Gooding Jr.) é autorizado a entrar. A primeira coisa que ele vê é um marinheiro só de cueca no meio do pátio, pulando, batendo uma panela e repetindo sem parar: "Eu roubei uma torta, eu roubei uma torta, eu roubei...".

Depois de ter assistido a essa cena, eu fiquei com aquilo na cabeça. Sempre que me acontece alguma coisa insólita, daquelas que eu diria "eu mereço...", eu digo "eu roubei uma torta", como um amigo diz "eu joguei pedra na cruz" (na verdade, essa de jogar pedra na cruz eu nunca entendi direito), mas acho que eu consegui explicar o sentido da coisa, né?

Pois então, estou inaugurando esse novo marcador hoje com a história que eu assisti ontem no Repórter Record. A rede Record, na minha TV, pega no canal 18, eu não assisto nunca, mas ontem a reportagem me chamou a atenção: uma equipe de TV saiu pra visitar a nascente do Rio Amazonas, no Peru. Ôba, eu gosto de reportagem de aventura, mas essa foi, no mínimo hilária, por conta da repórter, coitadinha. Uma menina bonitinha, delicadinha, praticamente uma princesa. E eu fiquei imaginando quem foi o malvado que escalou a pobrezinha pra fazer uma reportagem de aventura a mais de 5.000m de altitude, com frio de dez graus negativos!!!

Pois ela foi! Nas cidades, não conseguia interagir com as pessoas, provava as comidas locais com cara de nojo, não gostou de nada, reclamou de tudo. A 3.500m tentou tocar uma alpaca, animal selvagem que não aceita ser domesticado. É claro que ela não conseguiu, naquela altitude, correr atrás do bicho. Provavelmente ela estava de botinha de salto alto, pra completar. Depois tentou comer a fruta de um cacto e, novamente, achou horrível. Um pouco mais pra frente, continuava reclamando: "Eu quero um banheiro, eu quero uma cama quente, eu quero um chuveiro, eu quero ir pra casa...". Sem preparo físico, sem equipamento adequado, sem conhecimento da jornada e sem experiência em aventuras, sofreu muito. Foi até engraçado, eu fiquei imaginando a bonequinha de luxo congelando a bundinha pra fazer xixi do lado de fora da barraca.

terça-feira, 5 de junho de 2007

A lenda do ortodontista sábio

Todos me chamam canalha, pode xingar de canalha
Esse apelido me agrada, eu já sei, eu já sei
Rita Lee (Canaglia)

Quando ele se formou em Odontologia, achou que ia ficar rico. Foi estudar Ortodontia, pós graduação, investimento na profissão. Pensava em todos aqueles clientes ricos que ele ia atender, em como ele poderia cobrar o quanto quisesse, porque rico não reclama, paga. Terminou a pós e montou seu consultório, local nobre, bela clínica, secretária bonitinha. Informatizada, climatizada, guarda e estacionamento.

Só que demorava pra aparecer cliente, as coisas não iam muito bem. Ele tinha que sobreviver da mesada do pai (que vergonha, um homem feito e formado...), então ele resolveu apelar: mandou ver no marketing, propaganda de aparelho de graça, "autdór", revistas, jornais, até na TV ele arrumou uma boquinha - diga-se, como ele não tinha grana pra investir nisso, criou um 'factóide' para um repórter aparecer na sua porta e garantir uma divulgação gratuita. Até deu um golpe em um político, propôs a um candidato a vereador uma mutreta irrecusável:

"Olha, você pode oferecer um aparelho ortodôntico de graça para cada um dos seus eleitores, taqui o meu cartão, fala pra eles que é pra ir na minha clínica e falar que você que mandou, ele ganha, na hora, a instalação do aparelho."

É claro que o político adorou, sem perceber que quem estava de trouxa era ele, porque esse dentista dava aparelho 'de graça' pra qualquer um que aparecesse na clínica. E assim o dentista encheu a clínica de clientes. E assim ele acabou com seu nome, porque pra ele, o que importava era o dinheiro, ele mentia aos clientes, dizendo que fazia de graça o que cobrava sem dizer, ele não atendia seus clientes, delegando essa tarefa às auxiliares que não tinham formação para isso, ele não se importava com a qualidade dos seus tratamentos. Quando um cliente desistia do tratamento, era uma vitória, porque esse pagou e não vai mais exigir atendimento.

E esse dentista sofreu preconceito por parte dos colegas, foi processado no conselho, ficou com fama de pilantra, picareta. Ele se achava sábio, pensava que estava indo pelo caminho certo, que o que importava era ele e não os outros. Cliente? Só pra trazer dinheiro. Quando acordou, era tarde. Só ia na sua clínica quem pretendia dar-lhe o golpe, porque quem queria um tratamento sério procurava um ortodontista sério. E ele teve que mudar de cidade, porque ali era conhecido como Dr. Nada. Nada de tratamento, nada de honestidade, nada de nada.