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sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Individualização x padronização

Ausente, não sou diferente;
- eu ando nas margens da corrente
Madredeus (À margem)

No último post, um comentário do Camilo me inspirou a escrever sobre brackets. Eu uso, há muito tempo, os brackets Dentaurum, prescrição Roth. No começo, eu achava que a angulação dos anteriores era um pouco exagerada, principalmente dos caninos, mas, ortodontista novo, colava assim mesmo e terminava mal os casos. Em muitos com sobressaliência (que os cariocas chamam de 'overjet', pra imitar os americanos). Depois eu comecei a ver que eu não precisava daquela angulação toda, principalmente nos casos sem extrações, então, como a base dos brackets é redonda, eu comecei a colar incisivos e caninos com as angulações que eu achava que seriam mais adequadas. Acho que aí eu comecei a individualizar as montagens dos meus aparelhos.

Há algum tempo, o prof. Leopoldino Capelozza Filho lançou no mercado seus brackets. Eu acho que o que incomodou o Camilo foi a denominação que eles receberam: brackets pra Cl. I, pra Cl. II e pra Cl. III. Ele argumenta, com razão, que isso mais padroniza do que individualiza os casos: você tipifica o paciente em uma dessas 'classes' e, daí pra frente, é tudo igual. Além do fato de que essa classificação de Angle ter sido proposta em 1899 (veja, amigo leitor, já lá se vai mais de um século), hoje se sabe que ela é bem mais ampla, mas não é esse o foco da conversa. O fato é que se qualquer ortodontista padronizar dessa maneira os seus tratamentos, com certeza terá resultados muito, mas muito pobres.

Mas o que eu achei realmente interessante nos brackets Capelozza (atenção, eu não fui aluno do prof. Leopoldino, nem ganho nada pra falar dos brackets dele) é a possibilidade de uma real e melhor individualização do que eu consigo com os meus Dentaurum. Eu posso colar a arcada superior com brackets padrão II, que me darão torque muito pequeno nos incisivos e angulação zero nos caninos, e padrão I no inferior, caso seja necessário. Eu posso, a exemplo dos brackets Dentaurum, mudar a angulação dos incisivos, porque a sua base permite. Outros brackets, com bases retangulares, não permitem isso, sob pena de ficarem mal adaptados à vestibular, aumentando a camada de resina (eu ainda preciso terminar minha pesquisa sobre camada de resina) e diminuindo a resistência da adesão. Ou eu posso usar brackets padrão III no inferior, com angulação negativa nos caninos. Porque não?

Então eu acho que posso afirmar que eu consigo, usando uma miríade de prescrições e marcas de brackets, realmente individualizar as montagens dos aparelhos, colando um tipo de bracket nos incisivos, outro nos premolares, outro diferente na arcada inferior, e daí por diante. Eu acho que isso é, de fato, individualizar os tratamentos, montando o aparelho adequado ao tratamento que eu vou fazer, e não um padrão imposto pela indústria. Confesso que eu ainda sou daqueles que pedem cefalometria completa, apesar de confiar bastante na minha intuição e na análise facial, sempre muito subjetiva, mas gosto de inovações, renovações e tals.

Puxa, como eu gosto de discutir isso! Ainda bem que o Camilo, sempre traz opiniões e sugestões excelentes e me permite ótimas argumentações.

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