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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

João Hélio (post atrasado)

Morreu na contramão atrapalhando o tráfego
Chico Buarque (Construção)

Passada a idiotificação inicial que me bateu quando eu soube da morte do menino, resolvi escrever sobre isso. Não tinha conseguido até agora, acho que só ia escrever lugares-comuns como 99,9% dos textos que li sobre o assunto por aí. Indignação, clamor por reformas, tudo muito lógico, muito justo, muito previsível.

Previsível também a frase infalível: "É culpa de todos nós". Peraí, todos nós não, cara pálida! Eu não tenho culpa nenhuma nisso, não aceito que me culpem porque não tiraram os bandidos-monstros da rua antes de eles matarem o garoto. Eu pago impostos escorchantes, sou a favor de penas duríssimas para qualquer infrator, seja ele maior ou menor, branco preto ou verde, rico ou pobre, isso ou aquilo. Sou a favor até da pena de morte, não porque esta poderia ser um instrumento de dissuasão do crime, mas porque evita a reincidência. Nós não pagaríamos para os criminosos ficarem na prisão aprendendo novas formas de nos intimidar. Além disso, nós não teríamos bandidos nas cadeias extorquindo dinheiro da população via celular. E, por falar em celular, porque é que os presos não são revistados depois das visitas? Porque será?

Nenhum dos bandidos envolvidos no assassinato do João Hélio era primário. Se banidos tivessem penas duras e certas, ele estaria vivo. Esses monstros não estariam na rua.

Sinto muitíssimo pela morte do garoto. Senti até muito mais do que eu achava possível, quando pensei na mãe vendo o filho arrastado pela rua. É uma coisa realmente desesperadora, mas não aceito que me coloquem parcela de culpa nisso. Se é para eu ter culpa, contratem-me como ministro de alguma coisa, secretário de segurança pública, qualquer coisa dessas, para que eu possa agir. Se eu sou obrigado a votar e pagar imposto, não sou obrigado a levar a culpa pelas besteiras que os outros fazem.

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