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quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Dentista não mata

O humano é o engano do humano
E é o mano que engana o outro mano
Arnaldo Antunes (O engano do humano)

Uma moça morre nos EUA, vítima de um "médico" que a mutilou em uma suposta cirurgia de lipoaspiração. O "médico" atuava sem licensa, processado no Brasil, sem condições de higiene e biossegurança em um porão. Outra moça já tivera problemas com o esquema.

Eu fico me perguntando como é que as pessoas se submetem a esse tipo de coisa. Será possível que estão cegos? Não conseguem enxergar um palmo à frente do nariz, não vêem que a situação é de extremo risco, não pesam os custos da empreitada? Será que só vêem dinheiro em sua frente? Veja que quando eu falo de pesar custos, não estou falando de dinheiro, estou falando de custo biológico, de infecção, dor, mutilação, morte! A moça procura um criminoso, não checa suas referências, não visita a 'clínica' antes da cirurgia, não pesquisa a história, não se importa com nada a não ser em fazer uma cirurgia que, a princípio, lhe dará um corpo melhor a um precinho camarada. O problema é que, como eu não me canso de dizer, o barato sai caro. Sempre.

Na odontologia não é diferente. A grande diferença é que o cliente do dentista raramente morre. As mutilações são frequentes mas, como ficam dentro da boca, ninguém percebe. Não são tanto mutilações estéticas, são funcionais, o que é muito pior, mas tem muito menos visibilidade. Não há uma cultura de se reclamar de serviço mal feito por dentista. Há muito, muito corporativismo, o que é plenamente compreensível, mas torna a profissão menos confiável. Todo mundo reclama se a TV que acabou de comprar pifar, mas se o dente quebra e o dentista não quer consertar, deixa pra lá.

Então continua a cultura de procurar um serviço baratinho, a despeito da qualidade. Quase ninguém pensa que não existe milagre, que um profissional que estudou e sabe bem o que está fazendo, custa caro. Custa porque investiu na profissão. Fez curso de biossegurança, ao invés de marketing.

Em tempo: dentista quase nunca mata.

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