Normas

Da Paraíba para o mundo, com amor:

Todo o material publicado nesta página representa o ponto de vista parcial e preconceituoso de um indivíduo do século passado. Se você achar aqui afirmativas que lhe pareçam sexistas, xenófobas, racistas ou, de qualquer outra maneira, ofensivas a seus pontos de vista, pare de ler imediatamente. Ou prossiga, a seu próprio risco. Ou não.

Use antes de agitar: leia as normas do blog e lembre-se: comentários são moderados. Anônimos não serão publicados.

E aproveite que eu sou professor: se você achar que eu posso ajudar, mande um e-mail para mrteeth@ghersel.com.br

quinta-feira, 16 de março de 2006

Carta de um dentista revoltado

Esta me foi mandada hoje, por um amigo que não é dentista mas conhece bem a realidade que nós enfrentamos no dia-a-dia:
Obs.: eu tomei a liberdade de trocar alguns termos com os quais não concordava, como por exemplo, troquei os 'vc' por você, só para não deixar o texto com cara de que foi escrito em 'miguxês'.

"Larguei a maldita odontologia após assistir a reportagem da Vigilância Sanitária no Gugu, eis a explicação: Um cara vendendo cachorro-quente com a salsicha estragada, maionese fora da geladeira e no sol no banco da frente do carro, com purê de batata marrom-esverdeado, fatura LÍQUIDO (ISSO MESMO, LÍQUIDO) R$ 200,00 por dia!!!!!!!!! Isso dá R$ 6.000,00 (seis mil) por mês!!!!!!!!!!! Sendo assim estou montado uma barraquinha de cachorro-quente. Isso porque:

1) Pra que tanta responsabilidade se coisas muito mais simples dão muito mais dinheiro e muito menos problemas?

2) O Cachorro-quente podre por 2,50 é uma pechincha... mas a restauração por 25,00... Porra dotô, cê tá maluco?! Tudo isso pa pô uma massinha?! Tá enchendo o rabo de dinheiro, hein?! E depois de ouvir tudo isso você ainda tem de ser simpático, encher uma maldita luva e fazer de bexiga pro filho dele cheio de ramela, que pula feito um macaco no sofá da sua sala de espera, brincar e ainda dizer "Volte sempre, foi um prazer" quando na verdade a sua vontade é chutar aquele moleque e cravar um Le Cron no olho do pai dele.

3) Pra que se preocupar com parestesias, seios maxilares, espaço biológico, conicidades do preparo, trepanações, etc; se vendendo Roti-doguis a única iatrogenia que você pode causar ao paciente é uma caganeira (sic) temporária que ele nunca vai saber se foi o Roti-dogui do seu carrinho ou o pastér di parmito com guarapa do dia anterior.

4) Biossegurança... por incrível que pareça a mesma mão que pega o dinheiro faz o sanduba! Não é necessário gastar R$ 3.000,00 numa autoclave para esterelizar o pegador de salsichas.

5) A maionese, o purê de batatas e as salsichas são muito mais baratos que alginato, siliconas e resinas.

6) Não tem que pagar Sindicato dos Dogueiros, nem associação Paulista dos Roti Dogueiros, nem taxas sobre a maionese, a mostarda e a batata palha.

7) Se a ANVISA aparecer, a única coisa que você vai ter de fazer é lavar o seu carrinho com cloro e comprar salsichas, batatas e maioneses dentro do prazo de validade. Não vai ter de gastar uma fortuna com proteções para Raio-x, caixas descarpack, etc., etc., etc...

8) Vendendo Roti-doguis você estará preenchendo as cavidades abertas e as bolsas periodontais do seus clientes com a massa do sanduba na hora do almoço, já que ele tem de comer rapidinho que tem consulta marcada no dentista para as 13:30h e não vai dar tempo nem de escovar o dente... mas foda-se, o ladrão filho da puta cobra 25,00 pra por uma massinha..."

Hehehe, e depois ainda me chamam de ranzinza. O pior é que isso acontece com muito mais frequência do que nós gostaríamos de admitir. Eu comentava ainda hoje sobre a desproporção da responsabilidade de juízes de direito e médicos, com outro amigo: se um juiz erra, por mais que tenha detonado com a vida da infeliz vítima de seu erro, outro juiz vem e resolve, colocando 'panos quentes'. Se um médico erra, valha-me deus! E os advogados ainda não descobriram os dentistas (esconjuro!)

Nenhum comentário: