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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

Doutores se desculpando

"Te perdôo por fazeres mil perguntas
Que em vidas que andam juntas ninguém faz"
Chico Buarque (Mil Perdões)

Interessante a matéria da revista Isto É sobre a melhoria na comunicação entre médicos e pacientes. Fala sobre episódios em que os médicos erraram e tiveram a humildade não só de reconhecer o erro como de se desculpar com os pacientes. Cita exemplos de dois casos ocorridos na Escócia e referencia a opinião de médicos brasileiros. Um deles, o Dr. Bernik, chega a dizer que “pedir desculpas faz parte da educação. Se alguém pisa no seu pé, você espera que se desculpe. Por que um médico não se desculparia diante de um engano?”.

Pois é, médicos e dentistas, principalmente, mas em parte todos os profissionais da área da saúde, têm uma certa empáfia, a 'doutorite', que é uma doença que atinge diretamente quem não se coloca no lugar do paciente. Uma vez eu vi um filme em que o professor de medicina internava os alunos no hospital, um por um, anonimamente, para que eles vissem como os pacientes são tratados lá. Isso seria fantástico, se fosse verdade. Os profissionais geralmente não conseguem se colocar no lugar do paciente e, talvez para não se envolver demais - o que poderia ser doloroso em algumas especialidades - tornam-se distantes. Pior, às vezes convencem-se de que são poderosos e intocáveis.

Pois conversar com o paciente, ouvir suas queixas, suas histórias e humanizar o atendimento é essencial, deveria ser disciplina obrigatória em cursos de medicina e odontologia. Sempre pensei assim, sempre conversei muito com meus pacientes, procuro ouvi-los não só em relação ao problema específico que me trazem, mas sobre suas vidas e seus medos. Não é possível nem aceitável que uma pessoa se esqueça de que é um ser humano quando veste um jaleco.

O Dr. Bernik tem toda a razão. Desculpar-se é um ato de educação, faz parte da boa convivência humana e não diminui ninguém. Pelo contrário, grande é aquele que sabe reconhecer e tenta se redimir de seus erros.

Parabéns, doutores. Vocês começam a se tornar parte da raça humana.

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